Dois edifícios projetados pelos arquitetos, o Capitânea (1973) e o Acal (1974), ambos próximos e situados na região da avenida Brigadeiro Faria Lima, configuram um caminho próprio que dá continuidade a outras explorações de Saraiva desde fins dos anos 1950, inicialmente em edifícios residenciais; em propostas que buscam conciliar necessidades e aspirações de mercado e o desejo de inovação e pesquisa nas questões de cunho estrutural e construtivo, alimentadas por uma releitura atenta do panorama internacional daquele momento. As propostas de Saraiva parecem caminhar no sentido de busca de uma tipificação, de soluções-padrão ideais que pudessem servir de parâmetro para uma repetição e repertorização, partindo de um raciocínio formal/estrutural básico suficientemente flexível para permitir o desenvolvimento de variações e repetições.

A solução adotada no Capitânea em grelha estrutural de fachada apoiada sobre vigas de transição, é desenvolvida de maneira mais peculiar no edifício Acal. Neste, a malha mais densa (conformando quadrados com barras diagonais) é suportada em balanço pelo apoio dos oito pilares que prosseguem em toda altura do edifício, dispensando a viga de transição inferior, e separando a fachada-brise-estrutura das lajes de piso dos pavimentos, numa solução em dupla pele bastante engenhosa ao garantir a autonomia plena de cada um dos paramentos. Neste caso, a solução resulta ainda mais elegante por não haver, como no Capitânea, o embasamento ocupando a totalidade do lote para dar aproveitamento comercial do térreo. No Acal, a autonomia e isolamento do edifício, que arranca diretamente do solo, torna-o uma solução mais radical e exemplar.