O terreno vence um desnível de mais ou menos 5 m entre duas ruas, em lote situado em trecho fronteiro à parada do trem e próximo ao centro comercial de Abernéssia. O projeto situa um pavimento no nível da rua superior, mas dela afastada, abrigando os usos de freqüência do público; sob este situa-se um pavimento ao nível da rua inferior, para os usos privativos (depósitos, maquinário, escritório). O acesso a ambos se dá por uma escada posicionada externamente, que também pode ser usada livremente como um equipamento urbano para transposição do talude de desnível das ruas. Uma cobertura superior independente é conformada por uma laje com vigas nervuradas no sentido longitudinal, suportada por um apoio central em cada uma das fachadas maiores, definindo dois balanços de 18 m para cada lado, com dimensão transversal de 14 m, num desenho em T serifado [T].

A sobreposição do corpo compacto simples do posto telefônico propriamente dito pela sobre-cobertura em concreto aparente e grandes balanços cria não apenas um edifício para um determinado uso, mas um evento urbano, onde os vazios sombreados tem um papel relevante na definição da espacialidade, tornando-a mais importante e imponente do que o simples atendimento do programa proporcionaria, sinalizando claramente que se trata de um equipamento público. Ademais, sem se pretender forçar demasiadamente a leitura do objeto resultante, pode-se supor que o conjunto também assuma certo valor simbólico, pois o desenho muito visível do [T] pode ser entendido como uma simplificação icônica da forma do pinheiro-do-paraná (araucaria angustifolia), árvore típica de região subtropical de altitude e característica da cidade de Campos de Jordão.