PAVILHÃO DO BRASIL NA EXPO’70
AUTOR(ES): P. MENDES DA ROCHA; J. CARON; J. KATINSKY; R. OHTAKE
DATA DE PROJETO: 1969
LOCALIZAÇÃO: OSAKA, JAPÃO (DEMOLIDO).
FONTES DE PESQUISA: ACRÓPOLE N.361, P.13, MAI.1969. ARQUIVO P.M.ROCHA.
REFERÊNCIA DO TEXTO: ZEIN, 2005: P.183

O concurso do Pavilhão do Brasil na Expo’70 reveste-se de grande importância por se tratar da seleção de uma imagem “representativa” da arquitetura brasileira, uma década depois da inauguração de Brasília, podendo servir para debater o tema da identidade cultural e das complexas relações entre arquitetura e política. Não obstante, o interesse principal aqui é arquitetônico, valorizando a indiscutível qualidade e pertinente originalidade da proposta ganhadora, que exemplifica com galhardia um dos melhores momentos da arquitetura paulista brutalista; que sendo escolhida para representar o Brasil, eleva metaforicamente essa arquitetura a foros de “representativamente” brasileira.

O lote de ~50 x 82,5 m com duas frentes opostas é ocupado por uma cobertura plana de 32,5 x 50 m disposta transversalmente (ocupando toda a largura do lote), sob cuja sombra o chão desenha pequenas elevações artificiais que quase tocam a cobertura em três de seus quatro pontos de apoio, dispostos de maneira ligeiramente assimétrica. Duas áreas independentes, no subsolo, acessíveis por rampas próprias, definem espaços para apoio e exposições, com iluminação natural por meio de “poço inglês”. A disposição desses elementos – cobertura, apoios, rampas de acesso, rasgo de iluminação; conjunto de mastros para 16 bandeiras e o único pilar aparente formado pela intersecção de dois arcos, defininem de maneira sutil os percursos do visitante.

A cobertura foi realizada em estrutura de concreto protendido, define-se com duas vigas longitudinais de com altura variável ≥ 2 m, amarradas por vigas transversais de concreto armado com cerca de 2 m de altura, repetidas a cada 2 m, entre as quais são dispostos “domos” em forma de tronco de pirâmide vazada, fechados com vidro; o conjunto desenha uma “grelha”, percebida como homogênea desde debaixo, ocupando a porção central da cobertura, interrompendo-se ~5 m antes de ambas as divisas laterais, cujas extremidades menores recebem uma “viga de bordo” transversal com desenho em forma de “seta com a ponta para baixo” As vigas longitudinais têm sua linha inferior desenhada em curvas suaves. As colunas de apoio não visíveis (protegidas pelas elevações) têm desenho cilíndrico, enquanto o único apoio visível parece fazer uma homenagem simbólica tanto aos arcos coloniais como às colunas dos palácios porticados de Brasília.

 

FOTOS:

 
ARQUIVO P.M.ROCHA    
   
ARQUIVO P.M.ROCHA    
 
ARQUIVO P.M.ROCHA    
ARQUIVO P.M.ROCHA    


LOCALIZAÇÃO:


Fonte: "Structure, space, mankind : Expo '70". Osaka:2nd Architectural Convention of Japan, 1970. (Cortesia Arq.Izabel Amaral)

 

DESENHOS TÉCNICOS: EDUARDO POMPEO MARTINS

 

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