A proposta sucede, em termos formais e criativos, dois outros projetos anteriores de Penteado e equipes: o segundo lugar no concurso do Teatro de Ópera de Campinas (1966,) e o Concurso do Monumento à Fundação de Goiânia (1965), Penteado, 1998, p. 197), podendo o Centro de Convivência Cultural ser considerado quase uma fusão de ambos partidos. Do Monumento a Goiânia aproveita-se quase tudo, exceto a escala, que se agranda; e do teatro, aproveita-se a experiência na realização de um projeto altamente complexo. A proposta de Goiânia, replicada no CCCC, era a de uma praça rodeada de volumes descontínuos conformando arquibancadas abertas, cada volume abrigando em suas entranhas diferentes usos: em Campinas, uma grande sala de espetáculos, o acesso ao conjunto, um bar e um espaço de apoio; um quinto elemento é conformado pela grande e alta torre inclinada de iluminação; todos dispostos ao redor de um vazio central de convívio, ligeiramente elevado em relação aos arredores e depois novamente afundado para criar a arena, garantindo assim uma certa intimidade para as atividades que ali se desenrolam sem a necessidade de se impor barreiras físicas taxativas.

Penteado relata o nascimento da obra de maneira característica: a encomenda de um teatro num terreno de 6.000 m2 “evoluiu para algo muito maior”, através da incorporação de uma praça pública vizinha, o que aumentou consideravelmente a área e permitiu a expansão do programa, não apenas dos edifícios propriamente ditos, mas justificando a tomada de uma praça, também das áreas públicas devolvidas ao uso coletivo. O resultado, em forte contraste com o entorno, deseja qualificá-lo não a nível local, mas enquanto equipamento de caráter metropolitano; não sendo de menor importância o fato dessa obra ter conseguido carrear uma imagem de “identificação” e referência da proposta com a própria cidade.