CLUBE XV - SANTOS
AUTOR(ES): F. PETRACCO; P. P. MELLO SARAIVA
DATA DE PROJETO: 1963
LOCALIZAÇÃO: AV.WASHINGTON LUIZ, SANTOS, SP (DEMOLIDO).
FONTES DE PESQUISA: ACRÓPOLE N.294, P.167, MAI. 1963; ARQUIVO F. PETRACCO.
REFERÊNCIA DO TEXTO: ZEIN, 2005: P.150

Projeto escolhido em concurso, tendo o júri optado por um partido de maior horizontalidade que aproveitava totalmente a cobertura para áreas de lazer e propunha um embasamento semi-enterrado ocupando a totalidade do lote, configurando um térreo elevado para uma praça privativa mas ainda em contacto quase imediato com a rua e a praia.

A solução arquitetônica e estrutural são praticamente coincidentes, e empregam pórticos de concreto armado aparente totalmente isostáticos configurando um edifício estreito e alongado de planta retangular de ~ 35 x 55 m, onde a grande altura das vigas dispostas longitudinalmente permite “escavá-las” para em seu “interior” acomodar um pavimento intermediário entre o piso do térreo elevado e o piso-deque da cobertura-terraço plana. A solução nasce de um raciocínio estrutural simples mas engenhoso, definindo uma estrutura de grande força gráfica e plástico-formal, destacando-se seu caráter escultórico - opção que prepondera sobre a mera racionalidade e/ou economia dos materiais.

Há diferenças e semelhanças desta obra e as soluções propostas por Vilanova Artigas nos clubes Anhembi e SPFC. Em Artigas a grande complexidade não é imediatamente evidente, simulando simplicidade; e embora a plasticidade dos apoios pareça ser arbitrária, de fato deriva das condicionantes estruturais habilmente potencializadas, mas nem sempre evidentes, nascendo de um esquema simples mas definindo uma solução resulta complexa só compreensível numa visão tridimensional. No Clube XV a simplicidade é mais enfática e efetiva, até mesmo caligráfica: a idéia da obra está toda no corte longitudinal (a estrutura optando pelo vão maior e não menor) e na opção radical da sua possibilidade de repetição; a imagem concisa da proposta assim resolvida ressalta sua bidimensionalidade reiterativa mais do que uma complexidade espacial – que se esconde em espaços poché pouco perceptíveis, ou é acomodada num embasamento que tende a visualmente desaparecer.

Infelizmente esta obra foi demolida, apesar dos esforços feitos em prol de sua preservação. tendo em vista sua qualidade e representatividade.

 

FOTOS:


ARQUIVO F. PETRACCO


ARQUIVO F. PETRACCO


ARQUIVO F. PETRACCO


ARQUIVO F. PETRACCO

LOCALIZAÇÃO:

 

DESENHOS TÉCNICOS: ARQUIVO F. PETRACCO

 

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