RESIDÊNCIA ANTONIO DELBOUX
AUTOR(ES): CARLOS BARJAS MILLAN
DATA DE PROJETO: 1962
LOCALIZAÇÃO: RUA MINISTRO GODÓI, BAIRRO PERDIZES, SÃO PAULO SP.
FONTES DE PESQUISA: ACRÓPOLE N317, P.23, MAI.1965. ARQUIVO BIBLIOTECA FAU-USP.
REFERÊNCIA DO TEXTO: ZEIN, 2005: P.223

Esta casa merece destaque nem tanto por ser distinta, mas por buscar ser comum: um exercício virtuoso sobre um tema banal. Embora isolada no lote e suspensa sobre pilotis, compensando o forte declive do terreno e permitindo o pavimento térreo de acesso na cota da rua, sua planta e corte relembram a solução habitual dos conjuntos populares de casas realizados pela iniciativa privada desde pelo menos a década de 1930, os muito disseminados e correntes “sobradinhos” paulistanos.

Com um programa completo mas restrito, construção relativamente econômica e possibilidade de tornar-se facilmente repetível, entretanto esta casa não se conforma às restrições habituais desse tipo de encargo, e se adota uma planta convencional repensa-a minuciosamente e a transforma a ponto de modificá-la totalmente, sem que aparentemente nada se altere. Essa é talvez a razão porque essa obra pequena e discreta amanhou um tão alto grau de visibilidade no cenário da arquitetura paulista: por sua mistura elegante de tradição e inovação, de atitude de realismo contextual com boa dose de radicalismo inovador, distinguindo-a do entorno, que requalifica e transforma tanto mais efetivamente por sua radicalidade se mostrar técnica e economicamente viável. Uma atitude de projeto demonstradas que se filia ao exemplo de Le Corbusier nas Maison Jaoul (1951-4).

A perfeição geométrica da proposta baseada nas proporções do quadrado e de seu retângulo áureo, comparece aqui, como em outras obras de Millan e de outros arquitetos paulistas daquele momento até porque ainda fazia parte do repertório compositivo dos arquitetos da primeira modernidade, sendo também explicitamente celebrada por Le Corbusier em várias ocasiões. Nesta obra é claro e evidente o emprego de traçados reguladores coordenando dimensionalmente plantas, cortes e elevações. Sendo recurso comum a outros arquitetos da época, Millan emprega-o também com certa elegância contida, numa quase perfeita harmonização das partes no todo.

 

FOTOS:

Fonte: Acrópole mai.1965    


LOCALIZAÇÃO:

 

DESENHOS TÉCNICOS:


Fonte: Xavier, 1983, p.70

 

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