Surpreende a ausência de publicação em periódicos de época deste projeto emblemático da arquitetura paulista brutalista, exceto por breve notícia em Habitat, e em 1983, uma ficha de referência no roteiro da Arquitetura Moderna Paulistana. Será a geração de arquitetos formados em finais dos anos 1970 em diante que “redescobrirá” e divulgará a importância da obra da arquiteta Lina Bo Bardi, superando seu relativo ostracismo face à sua própria geração, mesmo com o importante papel da revista Habitat, fundada pelos Bardi em 1949, em prol de uma critica de arquitetura não alinhada[Zein, 2005, p.54].

O projeto inicial de 1958 é bastante distinto (apesar das aparências) do projeto final de 1961, este sim coerente com o resultado construído, e já contando com a colaboração sinérgica do engenheiro calculista José Carlos de Figueiredo Ferraz; alguns detalhes característicos, como o fechamento em vidro, só comparecem em desenhos posteriores a 1965, já com a obra bem adiantada. Obra densa, complexa e contraditória, grandiosa e singular, o MASP tornou-se também ícone/imagem de leitura rápida, muitas vezes vitimada por uma apreensão superficial, laudatória ou ao contrário, mas pouco preocupadas em compreender a proposta em maior profundidade. Dentre as muitas contribuições existentes seguem algumas sugestões disponíveis on-line, que permitem para aprofundar sua leitura de maneira critica e cuidadosa:

"O edifício do MASP como sujeito de estudo", por Alex Miyoshi

"O Masp é um patrimônio de todos os brasileiros, e como tal deve ser tratado", por Ruth Verde Zein

"Lina Bo Bardi: concreta poesia", por Maribel Aliaga Fuentes

"Uma idéia de museu" por Marcelo Carvalho Ferraz