GARAGEM DE BARCOS CLUBE SANTA PAULA
AUTOR(ES): J.B. VILANOVA ARTIGAS, C. CASCALDI
DATA DE PROJETO: 1961
LOCALIZAÇÃO: AV. ROBERT KENNEDY, BAIRRO INTERLAGOS, SÃO PAULO, SP.
FONTES DE PESQUISA: AC ARQUITETURA N.1, P.38, JUL. 1966.
REFERÊNCIA DO TEXTO: ZEIN, 2005: P.145

Obra singular onde um alto grau de experimentação estrutural e formal é aplicado a um edifício relativamente pequeno, de programa muito simples e com poucas limitações de terreno, permitindo ampla margem para o arbítrio, que resulta numa proposição criativa e única. A Garagem de Barcos é definida por uma cobertura retangular em laje tripartida, com oito apoios dispostos simetricamente nas duas laterais extensas, amparados diretamente nos blocos de fundação sobre muros de arrimo revestidos de pedra. Um pavimento em superior dá continuidade à cota da avenida e um pavimento inferior ocupando 2/3 da área de projeção da cobertura situa-se na cota de nível do lago conformando um embasamento semi-enterrado envolto pelas paredes-arrimo.

Praticamente sem vedos a edificação em proporção 1:5 é definida por duas vigas principais longitudinais em concreto protendido com cerca de 70 m de comprimento ,com dois balanços externos de 10 m, dois vãos de 10 m e um vão central de 30 m, com altura de viga variável entre 0.65 e 2.25 m; as vigas principais estão espaçadas de 14 m e conectadas por vigas nervuradas transversais, reforçadas por outras duas vigas longitudinais. As vigas principais descarregam em quatro apoios que nascem sem solução de continuidade de seu desenho e se articulam com apoios inferiores definidos pelos muros de arrimo, com juntas realizadas por meio de aparelhos maciços de aço, que são distintos a cada apoio. A solução técnica é absolutamente isostática, de maneira que a cobertura apenas apóia-se, com total independência estrutural, no “chão qualificado” conformado pelos muros e por apoios, que poderiam ser interpretados como fundações afloradas. O setor central de pé-direito mais alto se destinaria à guarda de pequenos barcos, já aliviados de seus motores e velas. Nos estudos iniciais comparece ali um volume fechado para depósito, que finalmente foi abrigado na área inferior fechada, delimitada pelo muro de pedra. Desse setor central e em continuidade ao piso, uma rampa de concreto construída sobre o chão desce suavemente até dentro da represa, de maneira a facilitar o acesso e retirada dos barcos da água e sua acomodação sob o vão central da garagem.

A obra se encontra atualmente em estado de abandono e depredação, sendo urgente ações no sentido de sua preservação,face à sua singularidade e relevância no âmbito da arquitetura brasileira de meados do século XX.

 

FOTOS:


JULIO BERALDO VALENTE


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FOTO DA ÉPOCA DA INAUGURAÇÃO, FONTE: AC ARQUITETURA N.1, P.38, JUL. 1966:

 

LOCALIZAÇÃO:

 

DESENHOS TÉCNICOS: JULIO BERALDO VALENTE

 

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